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Feira do Livro de Caçapava do Sul

quinta-feira, 7 de abril de 2016

João Simões Lopes Neto - história

A 26º Feira do Livro de Caçapava do Sul acontece de 22 de abril a 1º de maio, no Salão Paroquial da cidade. É dedicada à Simões Lopes Neto por ocasião do Biênio Simoniano (2015:150 anos do nascimento de João Simões Lopes Neto e 2016: 100 anos de sua morte). Conheça um pouco sobre sua história:

A vida (1865 – 1916)

João Simões Lopes Neto nasceu em Pelotas no dia 9 de março de 1865, município onde passou sua infância, morando na Estância da Graça (propriedade de seu avô paterno). Ficou órfão de mãe quando tinha 11 anos de idade. Na juventude morou por alguns anos no Rio de Janeiro, onde teria frequentado até a terceira série da Faculdade de Medicina.
Por volta de 1884, retornou à terra natal. Sua carreira jornalística se iniciou logo a seguir no ano de 1888 escrevendo para o jornal "A pátria". E foi neste veículo que sua prolífica carreira literária teve início, publicando uma sessão chamada “Balas de Estalo”. Paralelamente a carreira jornalística, o Capitão também se aventurou como empresário, investindo sua herança em indústrias do tabaco, café, vidro e destilaria. Porém, não obteve grande êxito em nenhuma destas empreitadas.
Aos 27 anos de idade casou-se com Francisca de Paula Meireles Leite, a Dona Velha. O casal não teve filhos legítimos, mas adotou a menina Fermina de Oliveira Lopes, nascida em 1896. Simões Lopes viria a falecer no dia 14 de junho de 1916, em Pelotas, aos 51 anos, devido a uma úlcera perfurada.
A vida de João Simões Lopes Neto foi marcada por sua forte integração com a natureza e constantes tragédias que o acompanham desde a infância. Cresceu na charqueada do avô onde conheceu a intimidade da pampa. Arroio, pradarias, passarinhos e cavalos, os matos e as árvores, e a amizade com a gente da terra e os filhos e netos dos escravos tornaram-se indeléveis marcas de sua personalidade.
Sua sensibilidade, alimentada pela precoce morte da mãe e a separação das irmãs em tenra idade, foi temperada pelas conversas com os gaúchos e a observação de suas vidas.

O Homem

Foi homem de vida atribulada, dividido entre atender as expectativas da família e do meio que o pressionavam à vida empresarial e de sucesso financeiro, e o ímpeto e a paixão por ler e escrever. Era, desde a infância, leitor compulsivo, sempre cercado de livros e revistas. E, sempre que podia, refugiava-se para escrever crônicas, poesias, estudos e reflexões, peças de teatro. Mas seus escritos não eram bem entendidos, antes dos modernistas já abandonava o romantismo e escancarava a vida, tal como a percebia.
Preocupou-se em registrar a terra e a gente do sul, impedindo que os brasileiros esquecessem as lutas gaúchas na conquista do território.
Com traço impressionista, igual usasse luz e sombra, manejou a voz e o silêncio do pampa. E criou Blau Nunes, o gaúcho brasileiro.

A Cidade do Escritor

Ser escritor na cidade de Pelotas entre 1860 e 1890 significava ter prestígio, embora insuficiente para que um homem sobrevivesse e, por isso, Simões Lopes Neto exercia primeiro o seu pendor e a sua capacidade de escrever como redator de vários jornais, atividade mal remunerada, mas de qualquer modo remunerada. Haverá de elaborar os seus livros já no século XX, fora desse período de apogeu, mas de qualquer modo incentivado por ele. (...) pode-se assegurar que o exercício da vocação de escritor do Capitão João Simões foi condicionado, no espaço e no tempo, pela cidade de Pelotas das últimas três décadas do Império Brasileiro. Não me parece excessivamente exagerado supor que ele dificilmente teria mergulhado no mundo da criação literária e, mergulhando na ficção, se ocupado do gaúcho brasileiro, caso tivesse nascido e se educado à margem de um pequeno período ou um quilômetro que fosse desse singular contexto urbano. (Mário Osório Magalhães).

A Casa do Escritor

João Simões Lopes Neto viveu de 1897 a 1907 na casa situada na rua dom Pedro II, 810, em Pelotas, onde escreveu, entre outros textos, a Lenda do Negrinho do Pastoreio. A casa pertence hoje ao Instituto João Simões Lopes Neto, criado em 1999 com o objetivo principal de preservá-la. Hoje abriga o centro de estudos, documentação e divulgação da obra simoneana e o acervo do escritor.

O Humor e a Ironia


João Simões Lopes Neto, em sua atividade jornalística, já exercitava a criatividade e o estilo irônico e satírico. Usava, para tanto, pseudônimos peculiares: João Ripouco, Riforte, Rimuito, Riduro, Rimole, Risempre, Rimiúdo, Ripianíssimo, Rimudo, Risurdo, Ricegosurdo, Rilonge, Riperto, Rigago, Ritossindo, Ripasmo, Riverde, Rivotos, Riinchado, Rimaduro, João do Sul e Serafim Bemol

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