Patrono 2019 - Gujo Teixeira

Patrono 2019 - Gujo Teixeira
Feira do Livro de Caçapava do Sul

terça-feira, 28 de maio de 2019

Homenagem a Airton Ortiz

Por Pedro Vanolin

Data: 19.05.19            Local: Salão Paroquial         Hora:19h50 
Pedro Vanolin
Prezado jornalista e escritor Airton Ortiz,

No ano de 2005, vieste pela primeira vez em nossa Feira do Livro. Voltaste em 2007 e 2012.

Foste escolhido para ser o nosso Patrono em 2013, ficando em nossa cidade ao longo dos dez dias de Feira, durante os quais fizeste a revisão do teu livro "Atenas", um livro de crônicas sobre o período em que moraste na capital da Grécia.

Sinto-me honrado, nesta noite, ao saudar um dos membros do Conselho Estadual de Cultura, cuja obra o qualificou também para ser Membro do Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura do RS.

Sinto-me honrado em saudar o Vice-presidente da Academia Rio-grandense de Letras, escritor consagrado também por ter sido Patrono da sexagésima Feira do Livro de Porto Alegre em 2014: quando disseste, ao falar de aventuras e da viagem que o leitor empreende ao ingressar na Praça da Alfândega:

- “Hoje, numa simples caminhada por estes corredores, podemos viajar por todos os lugares que o engenho humano produziu. Basta folhear um livro”. 
Como não ficarmos fascinados com a tua obra? Tu que és o criador do gênero Jornalismo de Aventura, no qual atuas como repórter e és o protagonista da reportagem.

Tu selecionas um desafio e o transforma em pauta de reportagem.  Sempre antenado para a diversidade humana e cultural desbravaste o planeta em busca de aventuras que rendam boas histórias.
Tu crês que viver sem experimentar fortes emoções é diminuir um pouco do que somos.

Afirmas, com a simplicidade que te caracteriza, que vive do que escreve, mas podemos afirmar também que escreves sobre aquilo que vives.
Certamente tua visão de mundo vem dando certo: publicaste vinte e dois livros sobre tuas viagens radicais pelo mundo – dez de reportagens, seis de crônicas, dois romances de aventura, dois infanto-juvenis, um infantil e um álbum de fotografias.

Os livros “Na estrada do Everest”, “Pelos caminhos do Tibete”, “Havana” e “Jerusalém” foram todos finalistas do Prêmio Açorianos de Literatura. Isto mostra a qualidade da tua obra.

Já “Expresso para a Índia” ganhou o prêmio Euclides da Cunha da União Brasileira de Escritores, como Livro do Ano:

Os livros “Travessia da Amazônia”, “Havana”, “Aqui há um longe imenso” e “Jerusalém” ganharam o prêmio Livro do Ano da Associação Gaúcha de Escritores.

Como jornalista ganhaste o Prêmio ARI de Jornalismo Cultural com a série “Em busca do Mundo Maia”, publicada no Jornal do Povo.
Foste também finalista do Prêmio Esso de Jornalismo, o mais importante do país, com a série “Na trilha da humanidade”, publicada no jornal Zero Hora, de Porto Alegre.

Todos aqueles que gostam de viajar com Ortiz vão muito mais longe. Contigo podemos fazer uma volta ao mundo, refazendo o caminho percorrido pelos humanos pré-históricos que povoaram o Brasil partindo da África "Na Trilha da Humanidade".

Podemos fazer uma expedição ao cume do Kilimanjaro ou escalarmos a cordilheira do Himalaia te acompanhando Pelos caminhos do Tibete.

Desde a exótica terra dos dalai-lamas, vamos conhecendo costumes misteriosos, seguindo de jipe por estradas estranhas, poeirentas e perigosas, com a adrenalina fervendo nas veias e na imaginação.

Contigo temos coragem para fazer a Travessia da Amazônia, viajando do Pacífico ao Atlântico, pelos rios, vivendo a vida dos nativos na maior calmaria.

Podemos visitar Londres, Atenas, Paris, Nova York, Roma, ou mesmo o Vietnã, conviver com os moradores destas cidades, usar seus meios de transporte populares, frequentar os seus bairros, comer junto do povo, compartilhar da sua rotina, quase como novo membro daquela comunidade.   Ou, quem sabe, damos um salto da profana Havana dos Castros à Sagrada Jerusalém dos castos.  

De lá poderíamos mergulhar no Egito dos Faraós, adentrar o deserto do Saara no lombo de um camelo, descer o rio Nilo numa jangada, observar as cores, os sons, os costumes, dormir ao ar livre sentindo a vibração da natureza e a vida despertando a cada manhã.

O imortal Moacyr Scliar falava no “estilo Ortiz” de viajar, que nada tem a ver com turismo convencional, aquele das viagens planejadas, de estadia em hotéis cinco estrelas. Disse que queres o inusitado: o inusitado em paisagens, o inusitado em experiências, o inusitado em encontros com pessoas, o inusitado em culinária. Quem somos nós para discordar do Moacyr Scliar?

E esse emaranhado de inusitados transforma-se, diante do escritor talentoso e observador, numa narrativa ágil, pitoresca, sempre fascinante, uma narrativa que nos permite compartilhar um pouco das suas aventuras, das suas sensações, do seu modo de ver e viver.
Viajamos todos através das tuas narrativas, com prazer, com emoção, conhecendo mais, conhecendo melhor o mundo em que vivemos.

Contigo podemos assumir o papel de um caçador voraz, que vai à procura de dados e fatos que se transformam em histórias fascinantes e reais.
Tua obra, por si mesma é tradutora da tua natureza, do teu encantamento diante do insólito, do inóspito, do novo, do surpreendente.

Para não me alongar no espaço de tempo que te pertence, não falarei nos documentários para a televisão e nem nas milhares de fotos, de diversos países, especialmente sobre natureza selvagem.

Este é Airton Ortiz ou melhor José Airton Machado Ortiz.

Muito obrigado!

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