Data: 19.05.19 Local: Salão Paroquial Hora:19h50
Pedro Vanolin |
Prezado jornalista e escritor Airton Ortiz,
No ano de 2005, vieste pela primeira vez em
nossa Feira do Livro. Voltaste em 2007 e 2012.
Foste escolhido para ser o nosso Patrono em
2013, ficando em nossa cidade ao longo dos dez dias de Feira, durante os quais
fizeste a revisão do teu livro "Atenas", um livro de crônicas sobre o
período em que moraste na capital da Grécia.
Sinto-me honrado, nesta noite, ao saudar um
dos membros do Conselho Estadual de Cultura, cuja obra o qualificou também para
ser Membro do Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura do RS.
Sinto-me honrado em saudar o
Vice-presidente da Academia Rio-grandense de Letras, escritor consagrado também
por ter sido Patrono da sexagésima Feira do Livro de Porto Alegre em 2014:
quando disseste, ao falar de aventuras e da viagem que o leitor empreende ao
ingressar na Praça da Alfândega:
- “Hoje, numa simples caminhada por estes
corredores, podemos viajar por todos os lugares que o engenho humano produziu.
Basta folhear um livro”.
Como não ficarmos fascinados com a tua
obra? Tu que és o criador do gênero Jornalismo de Aventura, no qual atuas como
repórter e és o protagonista da reportagem.
Tu selecionas um desafio e o transforma em
pauta de reportagem. Sempre antenado
para a diversidade humana e cultural desbravaste o planeta em busca de
aventuras que rendam boas histórias.
Tu crês que viver sem experimentar fortes
emoções é diminuir um pouco do que somos.
Afirmas, com a simplicidade que te
caracteriza, que vive do que escreve, mas podemos afirmar também que escreves
sobre aquilo que vives.
Certamente tua visão de mundo vem dando
certo: publicaste vinte e dois livros sobre tuas viagens radicais pelo
mundo – dez de reportagens, seis de crônicas, dois romances de aventura, dois
infanto-juvenis, um infantil e um álbum de fotografias.
Os livros “Na estrada do Everest”, “Pelos
caminhos do Tibete”, “Havana” e “Jerusalém” foram todos finalistas do Prêmio
Açorianos de Literatura. Isto mostra a qualidade da tua obra.
Já “Expresso para a Índia” ganhou o prêmio
Euclides da Cunha da União Brasileira de Escritores, como Livro do Ano:
Os livros “Travessia da Amazônia”,
“Havana”, “Aqui há um longe imenso” e “Jerusalém” ganharam o prêmio Livro
do Ano da Associação Gaúcha de Escritores.
Como jornalista ganhaste o Prêmio ARI
de Jornalismo Cultural com a série “Em busca do Mundo Maia”, publicada no
Jornal do Povo.
Foste também finalista do Prêmio Esso de
Jornalismo, o mais importante do país, com a série “Na trilha da humanidade”,
publicada no jornal Zero Hora, de Porto Alegre.
Todos aqueles que gostam de viajar com
Ortiz vão muito mais longe. Contigo podemos fazer uma volta ao mundo, refazendo
o caminho percorrido pelos humanos pré-históricos que povoaram o Brasil
partindo da África "Na Trilha da Humanidade".
Podemos fazer uma expedição ao cume do
Kilimanjaro ou escalarmos a cordilheira do Himalaia te acompanhando Pelos caminhos
do Tibete.
Desde a exótica terra dos dalai-lamas,
vamos conhecendo costumes misteriosos, seguindo de jipe por estradas estranhas,
poeirentas e perigosas, com a adrenalina fervendo nas veias e na imaginação.
Contigo temos coragem para fazer a Travessia
da Amazônia, viajando do Pacífico ao Atlântico, pelos rios, vivendo a vida dos
nativos na maior calmaria.
Podemos visitar Londres, Atenas, Paris,
Nova York, Roma, ou mesmo o Vietnã, conviver com os moradores destas cidades,
usar seus meios de transporte populares, frequentar os seus bairros, comer
junto do povo, compartilhar da sua rotina, quase como novo membro daquela
comunidade. Ou, quem sabe, damos um
salto da profana Havana dos Castros à Sagrada Jerusalém dos castos.
De lá poderíamos mergulhar no Egito dos
Faraós, adentrar o deserto do Saara no lombo de um camelo, descer o rio Nilo
numa jangada, observar as cores, os sons, os costumes, dormir ao ar livre
sentindo a vibração da natureza e a vida despertando a cada manhã.
O imortal Moacyr Scliar falava no “estilo
Ortiz” de viajar, que nada tem a ver com turismo convencional, aquele das
viagens planejadas, de estadia em hotéis cinco estrelas. Disse que queres o
inusitado: o inusitado em paisagens, o inusitado em experiências, o inusitado
em encontros com pessoas, o inusitado em culinária. Quem somos nós para
discordar do Moacyr Scliar?
E esse emaranhado de inusitados
transforma-se, diante do escritor talentoso e observador, numa narrativa ágil,
pitoresca, sempre fascinante, uma narrativa que nos permite compartilhar um
pouco das suas aventuras, das suas sensações, do seu modo de ver e viver.
Viajamos todos através das tuas narrativas,
com prazer, com emoção, conhecendo mais, conhecendo melhor o mundo em que
vivemos.
Contigo podemos assumir o papel de um
caçador voraz, que vai à procura de dados e fatos que se transformam em
histórias fascinantes e reais.
Tua obra, por si mesma é tradutora da tua
natureza, do teu encantamento diante do insólito, do inóspito, do novo, do
surpreendente.
Para não me alongar no espaço de tempo que
te pertence, não falarei nos documentários para a televisão e nem nas milhares
de fotos, de diversos países, especialmente sobre natureza selvagem.
Este é Airton Ortiz ou melhor José Airton
Machado Ortiz.
Muito obrigado!
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