Querida Patrona Felícia da XXIV Feira do Livro de Caçapava
do Sul
Dizia a lenda, consagrada entre os caçapavanos até o século
passado, que aquele que bebesse da Fonte do Mato, mesmo sendo forasteiro, um
dia iria voltar a nossa cidade. Para ficar, ou então para concretizar seu sonho
de amor que certamente ainda estaria à sua espera. Foi o que aconteceu com
nossa homenageada Felícia, nossa querida Patronesse. Nasceu aqui, onde passou
seus primeiros anos de vida, bebeu da água da Fonte, mas depois foi para a
cidade grande em busca de maiores estudos e de seu ideais profissionais.
Comprimida suam missão como profissional, Felícia
aposentou-se. E seu grande sonho de voltar aos pagos foi possível de acontecer.
Chegou de mansinho, foi-se instalando, organizando o novo lar, criando outras
raízes e reforçando laços de parentesco e amizade. Pouco a pouco seus conterrâneos
foram conhecendo esta pessoa amável e comunicativa que vem conquistando a todos
pela empatia e cordialidade. E também conhecendo seu lado poeta, aquele que na
poesia Miscelânia, de seu livro Pela
Janela da Imaginação, ela assim resumia: “Hoje descobri /Que sou um pouco de tudo /que me cerca./Da terra que me
criou / e alimenta./ Do sol que aquece / e ilumina o escuro/ De minha alma. /Da
lua que me faz /sonhar nas noites de verão.”
Felícia chegou até nós enriquecida de experiências. Ela foi
funcionária da Ascar, revisora de jornais, jornalista, assessora de imprensa,
correspondente de Revista o Carreteiro, de S. Paulo, Diagramadora da Cia. Jornalística
Caldas Júnior e do Correio do Povo. Procuradora Federal do INCRA e advogada, em Porto Alegre. Desenvolveu
suas atividades jornalísticas na capital do estado, em Santiago do Boqueirão e Bento
Gonçalves. E até no estado de Amazonas, trabalhou, selecionada que foi pela
ACARAM – órgão daquele Estado. E extraprofissionalmente, participou de
Antologias, de concursos e recebeu diversos prêmios literários, em Porto Alegre e Brasília.
Sobre sua obra, o Presidente da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas
Literárias, de Brasília, assim de pronunciou “Venho acompanhando a atividade literária da escritora ao longo destes últimos
20 anos em prosa e verso e deduzi que a singular capacidade de transmitir emoções
adveio do jornalismo que ela exerceu com eficiência e capacidade nos mais
importantes veículos da capital gaúcha e em destemidos periódicos do interior.”.
Seu sonho de gozar da aposentadoria para curtir as coisas de
que mais gostava e que na cidade grande, com os compromissos de trabalho, não
conseguiria, começou a realizar-se: dedicar-se à poesia, à leitura, a ouvir músicas
consagradas de grandes compositores, a escrever mais obras literárias. E na sua
mente organizada de boa administradora ela foi procurando os espaços para suas
novas realizações.
Felícia tem um grande coração e não se contenta em ter esse
mundo das idéias só para si. Foi assim que ela procurou dar um chão e um teto à
Casa de Poeta criada há vários anos pelo nosso poeta Ciro Mesquita. Por isso
ela o procurou para expor-lhe o projeto e ouvir suas sugestões. Para criar um
espaço de cultura e convivência entre os que acreditam que nem só de pão vive o
homem. Mas também precisa de sonhos, de beleza e de emoções. E de comunicação
entre seus pares. Onde trocara idéias e experiências, participar ao lado de
pessoas de mesma sensibilidade do encanto de boa música, de uma declamação de
poesia de nossos famosos, de comentários de obras que ficaram eternas.
Nossa Patronesse ao voltar a terra sentiu de perto os
anseios de nosso povo. Começou adquirindo um imóvel na área central.
Reformou-o, deu-lhe a cor rosa espressando os sonhos da alma da gente. E a Casa
do Poeta criou forma, cor e expressão. Foi logo sendo freqüentada pelos
intelectuais da cidade, e novos talentos não tardaram a surgir. Desse modo, Felícia
abriu as portas para os jovnes e o Cine Vagalume, pás os concursos literários
promovidos pela Câmara de Vereadores, para os saraus artísticos que
apresentavam jovens declamadores, poetas e escritores de todas as idades, bem
como artistas plásticos expondo suas obras.
Diante de tanta grandeza de espírito e sucesso de realizações,
nossa Patronesse granjeou a admiração, o respeito e o agradecimento desta
comunicade que a escolheu com todo o mérito – e as melhores razões – para ser a
Primeira Estrela maior deste evento – A Feira do Livro – a qual deixará seu
nome na história desta bendita instituição.
A nossa Felícia Terezinha Soares Lopes os nossos mais
calorosos aplausos e o desejo que se sinta à vontade e feliz no cargo que é
todo seu – Patrona da Feira do Livro de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário