A
arquiteta Michelle Campos Morais apresentou durante a Feira do Livro um estudo
sobre os prédios históricos de Caçapava. A proposta foi registrar e contribuir
para a preservação das edificações consideradas importantes do ponto de vista
arquitetônico, histórico e cultural na área urbana da cidade, através de uma
pesquisa sobre a situação atual de bens listados em inventário, no ano de 1987.
Para a realização deste estudo foi
estabelecido o critério de delimitação territorial para a seleção dos bens a
serem inventariados, sendo contemplada a zona de interesse do patrimônio, que
compreende 24 bens (dois foram destruídos e 22 são remanescentes e serão
inventariados).
Os
bens demolidos são o Barbadão, na rua Sete de Setembro, e o bar da rua 15 de
Novembro, esquina com Borges de Medeiros. Os que serão inventariados são: Casa
dos Ministérios; o antigo Fórum, hoje Centro Municipal de Cultura; Igreja
Matriz Nossa Senhora da Assunção; Casa de Borges de Medeiros; Fonte do
Conselheiro; Forte Dom Pedro II; conjunto comercial no Calçadão (Real
Confecções); antiga residência na rua Sete de Setembro (Casa Oliveira); antiga
residência e comércio na rua Ulhôa Cintra, esquina com Baltazar de Bem; Clube
União Caçapavana; Aquarela Fiambreria; Armarinho J. Alves; Monumento ao
Centenário Farroupilha; antiga residência na Ulhôa Cintra, esquina Dom Pedro II;
antiga residência e comércio na rua Baltazar de Bem; antiga residência na rua
General Osório; antiga residência na Ulhôa Cintra; Escola Estadual Dinarte
Ribeiro; antiga sede da Polícia Civil; antiga residência e comércio na rua
Lúcio Jaime; igreja da escola Dinarte Ribeiro; antiga residência na Ulhôa
Cintra, esquina com Barão de Caçapava.
Desses bens, o Forte Dom Pedro II é
tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o
Centro de Cultura e a Casa dos Ministérios são tombados pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae).
De acordo com a arquiteta, a data das
edificações corresponde de 1800
a 1970, mas algumas delas foram tão modificadas que
perderam o aspecto arquitetônico
- Existe o risco de sobrevivência
destes prédios históricos, devido ao crescimento urbano, especulação imobiliária
e falta de políticas públicas, além de escassa preocupação com a manutenção -
disse Michelle Campo.
Ela mostrou algumas referências, como o
Centro Histórico de Curitiba, de Porto Alegre e a cidade de Jaguarão, que foi
tombada pelo Iphan e hoje é chamada de “Ouro Preto do Sul do Brasil”.
- A comunidade despertou esse caráter
de exploração do turismo. Caçapava tem o mesmo potencial histórico
arquitetônico. As pessoas precisam compreender que preservar o antigo é
evoluir. É preciso preservar o existente de maneira saudável, para que traga
benefícios para a cidade. O primeiro passo é a comunidade querer, para que isso
aconteça é necessário saber quais bens contemplam o patrimônio. A partir daí as
ações do poder público (busca de recursos, através do corpo técnico) e da
comunidade (educação patrimonial) irão se solidarizar - concluiu Michelle
Morais.
Legenda:
Arquiteta
apresentou painel sobre patrimônio histórico na terça-feira, dia 30
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